segunda-feira, 27 de maio de 2013

29 DE MAIO DIA DO GEÓGRAFO!


PARABÉNS A TODOS OS GEÓGRAFOS!

A G E O G R A F I A
ISSO SERVE, EM PRIMEIRO LUGAR, PARA FAZER A GUERRA
Y V E S  L A C O S T E
Transcrevo aqui parte da "Apresentação" do livro de Yves Lacoste por Willian Vesentini.
"Não se deve aceitar sem mais os termos usuais de um problema, escreveu em1935 um conhecido filósofo. A atitude crítica implica aqui em repropor, recriar ainterrogaçao, pois não há uma pergunta que resida em nós e uma resposta que esteja nas coisas: a solução está também em nós e o problema reside também nas
coisas. Há algo da natureza da interrogação que se transfere para a resposta. Yves Lacoste, neste livro, parece ter assimilado de forma notável esse ensinamento. Procurando interrogar a geografia, o saber geográfico e as práticas que o constituem ou implementam, Lacoste deixa de lado algumas velhas e renitentes questões e propõe outras.
A pergunta essencial, que perpassa todos os capítulos da obra e norteia seus conteúdos, é esta: para que serve a geografia? Ou, em outros termos, qual é a sua função social? Possui ela alguma outra utilidade que não seja a de dar aulas de geografia? (e, afinal, por que existem essas aulas?) Os termos usuais dessa
problemática, como sabemos, costumam ser outros: o que é geografia? Ela é ou não uma ciência? Ao reelaborar essas questões, o Autor evita o ardil positivista do "objeto específico de estudos" a ser delimitado - complementar àquele da cientificidade como deus ex machina dos dramas da Razão -, enveredando por um terreno mais profícuo: o da práxís dos geógrafos, do papel político-estratégico desse saber denominado geográfico. A principal resposta que Lacoste fornece ao seu questionamento constitui o próprio título do livro: isto - a geografia - serve em primeiro lugar (embora não apenas) para fazer a guerra, ou seja, para fins politico-militares sobre (e com) o espaço geográfico, para produzir/reproduzir esse espaço com vistas (e a partir) das lutas de classes, especialmente como exercício do poder. Ser ou não ser de fato uma ciência pouco importa, em última análise, argumenta o Autor. O fundamental, a seu ver, é que, malgrado as aparências mistificadoras, os conhecimentos geográficos sempre foram, e continuam sendo, um saber estratégico, um instrumento de poder intimamente ligado a práticas estatais e militares. A geopolítica, dessa forma, não é uma caricatura e nem uma pseudogeografia; ela seria na realidade o âmago da geografia, a sua verdade mais profunda e recôndita.
Duas são as formas de geografia que existem hoje, na interpretação de Lacoste: aquela dos pesquisadores universitários e dos professores, das teses e monografías, das lições de sala de aula e dos livros didáticos - e também a "turística" dos meios de comunicação de massas e das enciclopédias (o Autor não homogeneiza todas essas variadas modalidades de "geografia", mas apenas as coloca num mesmo lado dessa sua percepção binária); e aquela outra, a fundamental, praticada pelos estados-maiores, pelas grandes empresas capitalistas, pelos aparelhos de Estado. Esta última é a mais antiga, tendo surgido desde o advento dos primeiros mapas, que seriam provavelmente coevos da organização societária com o poder político instituído enquanto Estado. E a "geografia dos professores" é mais recente, do século XIX, tendo sido engendrada especialmente para servir como discurso ideológico de mistificação do espaço, de "cortina de
fumaça" para escamotear a importância estratégica de saber pensar o espaço e nele se organizar. Ao se dirigir de forma particular a estes últimos, aos pesquisadores universitários e professores de geografia, que são os interlocutorespor excelência desta obra, Lacoste reitera insistentemente uma advertência: temos que assumir aquilo que sempre exorcizamos, isto é, nossa função de estrategistas, de saber-pensar o espaço para nele agir mais eficientemente. Superar o viés ideológico da geografia, nesses termos, nada mais seria do que encetar uma “geopolítica dos dominados", um saber-pensar o espaço na perspectiva de uma resistência popular contra a dominação. Incorporar e primaziar o político na abordagem geográfica: esta é, portanto, a grande proposição que este livro divulga e ilustra em filigrana praticamente a cada página. Mas não se trata de a política e sim de o político. Não o indivíduo que se ocupa profissionalmente dessa atividade e sim o processo, o fenômeno ou o enigma do político enquanto experiência fundante do social-histórico e, dessa forma, também do espacial (ao menos na sociedade moderna). A política sugere lugares teóricos ou fatos instituídos, com inteligibilidade pressuposta (temos o "espaço" da política com referência ao da economia da ciência, etc.), ao passo que o político pretende dar conta também do instituinte e do indeterminado, do poder como relação social que vai muito além das idéias, símbolos ou práticas engendradas a partir (ou com vistas) do Estado e dos partidos políticos (sejam legais ou clandestinos). A razão-de-ser da geografia seria então a de melhor compreender o mundo para transformá-lo, a de pensar o espaço para que nele se possa lutar de forma mais eficaz.
Mas de que mundo se trata? Qual é a expressão ontológica desse espaço tematizado pela geografia? Apesar das implacáveis e pertinentes críticas que faz à escola geográfica francesa, neste Ponto Lacoste se revela um herdeiro e continuador dessa tradição: a geograficidade (neologismo criado por analogia com
historicidade), para ele, se define essencialmente com referência à cartografia e, de forma especial, à noção de escala. Assim como o grande pensador de lena proclamava que tudo que é real é racional e tudo que é racional é real, pode-se dizer que para Lacoste o "real", o espaço geográfico, é tão somente aquilo que pode ser mapeado, colocado sobre a carta, delimitado portanto com precisão sobre o terreno e definido em termos de escala cartográfica. Temos aqui o aspecto nodal da metodologia lacosteana, o aproche a partir de onde esse geógrafo francês profere agudas críticas às referências espaciais de militantes políticos, historiadores, sociólogos e outros, mas que, paradoxalmente, permite revelar com clareza os limites dessas mesmas críticas e das propostas de análise que elas implicitamente encenam. Procurando construir uma rica estrutura conceitual que dê conta do espaço geográfico hodierno, sendo este visto por um prisma empírico-cartográfico, Lacoste exproba as ambigüidades de noções como "país", "região", "Norte-Sul", "Centro-Periferia", "imperialismo" e outras, e propõe como ponto de partida para se redefinir tais problemas as idéias complementares de "espacialidade diferencial" e diferentes "ordens de grandeza", em termos de escala dos fenômenos espaciais. Nesse ato de identificação do geográfico ao cartografável, contudo, acaba-se estreitando o campo do político e denegando importantes aspectos das relações de dominação. O corpo, os conflitos de gerações, os problemas da mulher e do feminismo, as classes sociais como autoconstituição pelas experiências de lutas: esses temas, e outros congêneres, estão a princípio interditados ao métier do geógrafo, conforme fica explícito na parte do livro onde o Autor desanca aqueles que pretendem orientar uma geografia política em direção ao poder visto ao nível de relações não-cartografáveis. Não se estaria assim condenando o geógrafo a somente estudar as aparências? Apesar da palavra dialétíca, que Lacoste utiliza neste e noutros livros, não seria essa uma opção de reservar à geografia apenascertos aspectos da realidade tal como ela pode ser entendida pela lógica identidárla?
É fora de dúvida que este é um trabalho (ou um ensaio-panfleto, na designação que lhe deu François Châtelet, aceita depois por Lacoste e incorporada à terceira edição francesa) polêmico, de denuncia e de chamamento à responsabilidade política. Inúmeras idéias poderiam ainda ser questionadas: a simplificação do papel social da "geografia dos professores", a não-percepção das relações sujeito-objeto e da historicidade do saber e da prática na concepção demasiado ampla de geopolítica, a mitificação ou fetichismo das cartas elaboradas pelos poderes instituídos, etc. Mas nenhum questionamento de tal ou qual aspecto da obra poderá anular os seus méritos, que são muitos e significativos. Trata-se seguramente de uma das mais importantes análises críticas feitas nas últimas décadas, no bojo da "crise da geografia", com idéias extremamente controversas, porém originais e instigantes. Em suma, um texto de leitura obrigatória para todos aqueles que se preocupam com a história dos conhecimentos geográficos, com o ensino da geografia, com o espaço enquanto dimensão material dos entrelaçados dispositivos de poder e de dominação".
Veja mais no link:
http://www.geoideias.com.br/geo/images/livros/a%20geografiaIves%20Lacoste.pdf

pcnp Geografia-27/05/2013

quinta-feira, 23 de maio de 2013

INTELIGÊNCIA GEOGRÁFICA



A Faculdade de Geografia da PUC-Campinas convida a todos (as) para o seminário internacional:
A Faculdade de Geografia realiza, no dia 29 de maio, quarta-feira, a partir das 19h30, o Seminário Internacional Gestão do Território e Educação, que terá a participação do diretor da empresa internacional em sistemas de informação geográfica Esri, David Dibiase. A palestra será no Auditório Dom Gilberto, Campus I.
O evento marca a comemoração do dia do Geógrafo e no qual serão discutidas as principais tendências e usos da inteligência geográfica no ensino, pesquisa e gestão do território.
Para participar é preciso se inscrever no site www.img.com.br. As vagas são limitadas.

O palestrante

David Dibiase é diretor da Esri, empresa líder nacional e internacional em sistemas de informações geográficas. Sua equipe promove e apoia o uso do Sistemas de Informações Geográficas (GIS) e da Inteligência Geográfica no ensino, na pesquisa e na gestão do território. Antes de ingressar na Esri, em 2011, David fundou e liderou a certificação online e o programa de mestrado em GIS na Penn State University e foi líder do projeto Geospatial Revolution nessa universidade. Foi editor chefe do Corpo de Conhecimento em GIS e Tecnologia (GIS& T Body of Knowledge) e do modelo de competências profissionais em geotecnologia publicado pelo U.S Department of Labor. Seus interesses incluem a inteligência geográfica, o desenvolvimento da força de trabalho geoespacial, design de aprendizagem, e-learning e ética profissional.
Estamos à disposição para mais informações.

Ednelson Mariano Dota

Integrador Acadêmico de Graduação



SCEI - Sociedade Campineira de Educação e Instrução
Mantenedora da PUC-Campinas e do HMCP
Tel.: (19) 3343-7023
ednelson.dota@puc-campinas.edu.br - http://www.puc-campinas.edu.br

terça-feira, 21 de maio de 2013

TORNADO CAUSA DEVASTAÇÃO EM OKLAHOMA (EUA)


O tornado que devastou a localidade de Moore, nos arredores da cidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, deixou ao menos 91 mortos, entre eles 20 crianças que estavam em uma escola. Mais de 120 pessoas estão hospitalizadas e equipes de resgate continuam vasculhando escombros de casas e prédios na busca por sobreviventes.
Acesse o link abaixo: